sexta-feira, novembro 20
quinta-feira, novembro 19
Laska Maldita
Tentei. Juro-te que tentei. Procurei distrair a cabeça com outras coisas. Dei por mim a andar em círculos de carro ou a caminhar na praia – mas sempre sem nunca sair do lugar. Procurei conforto no luar ou na força das ondas. Senti os salpicos salgados até estes me arrepiarem. Percebi que o luar entorpece ao fim de algumas horas: contemplar uma luz forte, quando o escuro reina é desafiante.
Tentei. Apesar de me sentir a enlouquecer, quase pensei ter conseguido. Onde via uma bênção cruzei com o sofrimento; dói, é uma dependência. Não é quando eu quero, é quando tem de ser. Não se verga à minha vontade. Desgasta-me, mói devagarinho, assusta. Quase enlouquece a tentar. Perdi a razão, perdi o nexo.
O que pensei ser uma ilusão momentânea é uma droga que me desgasta e vicia. Agreste ao ponto de furar o corpo até atingir a alma. Não para. Não desiste. Como é que uma coisa boa pode ser uma maldição? Como é quem eu usei como um refúgio, como um abrigo seguro, e me faz tão mal. Pensei ter o direito de parar, de desaparecer.
Este desassossego entrou em crescendo, a dor física parece real – mal respiro, prostrado no que resta de um lençol encorrilhado. Mal me alimento. Os meus olhos fecham-se mas o meu corpo não dorme.
Voltei aqui e tive de escrever.
Tentei. Apesar de me sentir a enlouquecer, quase pensei ter conseguido. Onde via uma bênção cruzei com o sofrimento; dói, é uma dependência. Não é quando eu quero, é quando tem de ser. Não se verga à minha vontade. Desgasta-me, mói devagarinho, assusta. Quase enlouquece a tentar. Perdi a razão, perdi o nexo.
O que pensei ser uma ilusão momentânea é uma droga que me desgasta e vicia. Agreste ao ponto de furar o corpo até atingir a alma. Não para. Não desiste. Como é que uma coisa boa pode ser uma maldição? Como é quem eu usei como um refúgio, como um abrigo seguro, e me faz tão mal. Pensei ter o direito de parar, de desaparecer.
Este desassossego entrou em crescendo, a dor física parece real – mal respiro, prostrado no que resta de um lençol encorrilhado. Mal me alimento. Os meus olhos fecham-se mas o meu corpo não dorme.
Voltei aqui e tive de escrever.
terça-feira, novembro 17
Envolto em lençois
O mar revolto acorda-me.
O cinza do dia encandeia-me.
Sonhei que estava a sonhar que vivia um pesadelo.
Os lençóis estão frios.
A memória está quente.
Sinto que senti solidão ao cair da noite.
Perco-me no meu espaço.
O meu ser perde-se no todo.
Procuro o que sempre procurei – perdido.
O cinza do dia encandeia-me.
Sonhei que estava a sonhar que vivia um pesadelo.
Os lençóis estão frios.
A memória está quente.
Sinto que senti solidão ao cair da noite.
Perco-me no meu espaço.
O meu ser perde-se no todo.
Procuro o que sempre procurei – perdido.