sábado, agosto 2

Renascer(es)

Confesso que sinto saudade tuas – hoje. Imagino os teus cabelos a esvoaçar – ao ritmo – do vento de Suão. Sinto-te selvagem e solta a correr pelos campos, à minha procura. Sei que quando pensas em nós: um sorriso desabrocha.
Resgataste-te da solidão e do desperdício de viver. Eu, em troca, luto para te libertar do que te impeliu: para uma morte macaca. Será que dois condenados à morte – quando se juntam- vão (ainda) a tempo de salvar a alma? Sim. A forca verga-se impávida e com a fragilidade de um ramo de uma árvore moribunda – quando sente o amor. Ninguém tem o direito de (deixar o coração) morrer jovem. Não se deixar envelhecer é um acto egoísta: é ter medo do bom e do mau que a vida nos reserva. Também, não o apelido de covardia - mas sim de desespero interino (incompreendido).
Deixo-te com a minha escrita, é a forma mais simples que tenho de verter o meu interior (no teu). Mas, por mais que tente – não escrevo com a intensidade de um abraço. Por mais palavras que deixe fluir – não liberto o meu (e o teu) coração da asfixia da distância. Mas, mesmo assim, escrevo por mim: para ti.
Peço-te: fotografa – o teu sorriso e olhar – para que eu o possa contemplar: um dia. Quero que o faças com uma Lomo – não numa fria foto digital: não aceito que sejas uma amálgama de uns e zeros – que te fragmentam. Imagino-te – suavemente – a ser diluída num velho rolo de fotografia. Só assim, te aproximarás da bela mulher – que és.

Termino aqui a minha escrita: saudade tuas, querida!

segunda-feira, julho 28

Momentos Mágicos

Alguns momentos mágicos – surgem do inóspito.
Do nada brota: o belo ou o terrível.
Duas pessoas estranham: quando se cruzam e sentem – o inexplicado.
Brota a inexplicável paixão e a vontade do todo.
Mil borboletas adormecem o ventre e entorpecem o pensar.
Como vale a pena viver o momento – nem que não haja um amanhã.