domingo, julho 6

Conto do P´ra sempre

Um Cortina ronca, rompendo com o silêncio da manhã.
Duas silhuetas pequenas: compõem o belo cenário.
São dois: dois velhinhos enamorados.
Curvado, mas terno: um ampara o outro, como sabe, como pode.
A mão entrelaçada (dos namorados) é agora um ombro.
A caricia é agora: um olhar terno.
Quantas palavras precisariam para narrar o seu amor?
Quantas vezes sentiram a tentação?
Quantas vezes bateram uma porta – zangados?
Já conhecem as rugas –um do outro – como a sua sina.
Em vez de se remediarem, fizeram como Noé: desenharam uma arca bonita; ao longo do tempo esta ganhou forma e foi aumentando.
Cada segundo, cada minuto juntos serviu para guardarem: cada caricia, cada momento de felicidade – vivido a dois.
Quando se zangam, fecham a arca com toda a força e abraçados esperam que a crise: seja passado.
Nunca permitirão que uma lágrima – lá entre.
Sempre foi esse o seu segredo.
A arca ficou com o nome de “P’ra sempre" ...