segunda-feira, julho 31

Fumus boni juris

O fumo do cigarro abandona os teus lábios vermelhos borratados. O movimento do sopro assemelha-se ao de um beijo. Enquanto isso: o teu cabelo rebelde dança ao ritmo do vento que sopra num final de tarde de Verão. Por inúmeras vezes ficas com o teu olhar sensual coberto por um manto de nobre tecido esculpido pelo teu cabelo.
Insistes em cruzar as pernas duma forma feminina que atrai (até) os olhares dos que passam. Continuas em silencio e contemplativa. Até hoje nunca consegui ler-te nesses momentos. Perco-me no reflexo dos teus olhos claros; delicio-me com a sensualidade dos teus lábios quando estes se contraem, embebedo-me com o tom da tua pele que fica rosada quando algo te atrai e fico perdido em pensamentos do que seria se tu tivesses sido. Mas não adivinho os teus pensamentos.