sábado, março 28

O (teu) bom dia

A luz vai e vem. O sol solta a preguiça lá para as bandas do horizonte. O Crepúsculo espera impaciente pelo seu momento. Estás a meu lado. Ainda presa aos teus sonhos. O teu corpo e o meu (enroscados) formam um corpo único. És bela. Estás com um sorriso bonito no teu olhar – espero que estejas a sonhar comigo. O meu corpo nu sente a tua nudez. A minha alma crua procura a tua. Toco-te, dou-te um primeiro mimo – não reages. A minha barba áspera e meia branca esbarra na tua cara e faz: despertares. O teu olhar brilhante e claro ilumina-me. Abraças-me – agora acordada. O teu abraço desperta a dormência que ainda reside no meu corpo. Prometes-me que serás o meu bom dia por muito tempo?

quarta-feira, março 25

Fado da solidão

Aperta-me a mão
com força.
Não deixes que
o vento nos afaste.
Não te quero
trair com a solidão.

Aperta-me a mão
com força.
Sente o toque
da minha voz.
Não te quero
trocar pela solidão.

Aperta-me a mão
com força.
Fecha os olhos
sente o meu fado.
Não te quero
perder na solidão.