terça-feira, janeiro 17

Alguém

Um frio que regela tudo – repele as pessoas da (tua) rua. O sol longínquo tenta o seu melhor. Alguns carros correm contra o transito. Algum vento sopra de norte. As ondas soltas chocam vezes sem conta contra a rocha que lhe faz frente.
Tudo recomeça: o relógio repete a hora de ontem; o sol move-se sem medo; a luz vem para mais logo se esvair; alguém ama, alguém perde; alguém nasce; alguém morre.
Empurro o meu corpo pelas ruas. Abandono-o e empurro o meu pensamento para o teu lado.
Se eu gritar,
ouves?
Se eu cair e me deixar ficar prostrado no chão gelado,
esqueces-te de mim?
Se eu dançar só,
olhas para mim?