sexta-feira, maio 10

(Desa)Nu(viados)

Derramado num sofá: conto os teus cabelos e paro quando chego a dez. Abraçados; enrolados; e desesperadamente colados – encostámos o nosso olhar ao sol que nasce. Mais uma vez a luz vence a escuridão; a lua repousa; as nuvens mostram-se – bonitas; os pássaros despertam num cantar; os teus olhos brilham de encontro aos meus.
Dez pensamentos atravessam a minha cabeça: agarro-te; dispo-te; abraço-te e deixo que as nossas roupas escorram para o chão. O Chiado é ali ao lado, mas que se lixe. Perco-me, perdes-te, afogo-me, afogas-te nos nossos corpos suados. Os olhos fechados mentem e não precisam de ver o que o corpo sente. O coração acelera. Os rostos transfiguram-se na proporção do prazer.
Promete-me: uma dezena de beijos, uma dezena de abraços – ao acordar, hoje, amanhã e enquanto os nossos corpos de derem bem; enquanto as nossas almas se entreterem. Mas agora: fecha os olhos e sente. Deixa que o meu mimo te toque por fora, no teu avesso. Desliga o pensamento e sente-me – a teu lado.