segunda-feira, outubro 26

Por quem não senti.


Por vezes penso como sonhava ser diferente, saltar da janela quando me apetece ou, simplesmente dizer com toda a força que amo quem amo. Mas não é fácil e a maior parte das vezes, apesar da minha vivencia ainda pouco longa, sinto que perco a oportunidade e quando, como que com remorsos, o procuro fazer, a pessoa já não está à minha beira.

Será porque tenho medo de ser magoado, será porque não passo de mais um egoísta, que gosta de receber, mas tem dificuldade em dar. Não sei, mas sei que me atormenta a cabeça, que já me fez perder amigos, me fez perder namoradas, me faz perder almas gemeas e sempre no final me fez sentir mal.

As coisas simples nunca me alimentam, só mesmo quando estou a sentir-me no fundo do poço, entendo a beleza do céu, um toque de alguém, um aveludar duma flor, um olhar de alegria ou um carinho que passava despercebido no meio de tanta coisa que enche desvairadamente a minha cabeça.

Haverá algum curso para me ajudar, não precisa de ser financiado, precisa apenas que me faça ultrapassar este bloqueio, me deixe mostrar o meu avesso, sem medo, sem vergonha para quem está perto de mim o posso tocar, também possa sentir que além de alegria, também vem ao de cima arrependimento, saudade, vontade de mudar ou desejo de simplesmente ficar entregue a um silencio cúmplice duma alma amiga.

Será por não confiar nas pessoas, será por eu ser um deformado filho único, não sei, mas sei que queria mudar, porque muitas coisas que nós não o dizemos, não mostramos que sentimos, quando o queremos fazer, o colo, o mimo, o olhar já não pode esperar mais por nós.