quarta-feira, julho 16

Momentos

Uma janela aberta serve de portal para o mundo:
o que se passa lá fora – em nada nos interessa.
O tempo nem merece – uma dimensão;
só o queimar do teu cigarro serve de ampulheta.
Um lençol, branco e encorrilhado, tapa metade do teu corpo.
Enquanto,
o teu respirar serve como compasso do momento.
O nosso abraço e desejo é a nossa heroína.
Fecho,
fecha os olhos e sente a brisa da caricia.
Ninguém vive sem ser mimado: ninguém.
Não vislumbres o amanhã – de nada vale.
Vive, sente e, deixa fluir o momento.
Este sempre perdurará no nosso coração.
Cada momento vivido e sentido será só teu e meu!

domingo, julho 13

Escrita

Uma Lomo, tabaco, um moleskine e uma caneta, compõe o cenario da esplanada.
Vislumbro os vultos de pessoas na rua:
turistas transpiram calma, enquanto arrastam ruidosas malas;
velhos discutem -se calhar- o pouco tempo que lhes resta;
ao lado, uma criança grita entediada com a sua vida.
As palavras não largam a minha caneta; mais uma pagina do meu diario é preenchida.
Escrevo para matar o tempo!
Penso que escrevo -o que não digo, o que penso e o que vivo em silêncio.
Escrevo ficção inspirada num filme meu ou outro qualquer.
Escrevo inspirado por uma foto ou por um livro.
Mas,
nunca leio o que escrevo - porque não é fácil entender o vivido.
Escrevo como vivo: rapidamente.
Os momentos sucedem-se numa velocidade virtiginosa - não tenho tempo para pensar ou sentir.
Por isso, não leio o que escrevo, se o fizesse não me restaria tempo...