terça-feira, abril 22

Às vezes penso como me perdi

Às vezes penso como eu seria se não te tivesse conhecido. Se teria um Inverno mais rigoroso ou uma Primavera mais chuvosa.

Às vezes penso como seria senão te tivesse dado um beijo. Se teria a mesma alegria que tao bem disfarça as minhas rugas internas.

Às vezes penso como seria a tua vida senão te tivesses cruzado comigo. Se estarias feliz, se terias encontrado o teu príncipe encantado bem mais depressa.

Às vezes penso como seria se eu não te tivesse desiludido. Se serias uma mulher ainda mais atraente, porque terias uma má recordação a menos na tua alma.

Às vezes penso no que procuro da vida. E se o tivesse encontrado mais cedo, os campos certamente, seriam mais verdes para mim e até o chilrear dos pássaros soaria como uma melodia.

Às vezes penso da razão porque escrevo. Se será por solidão e necessidade de companhia das palavras soltas, se é uma forma de covardia: porque enquanto escrevo não te estou a explicar porque te perdi, porque me perdi.