quarta-feira, abril 8

Conto (-te)

Não corras tão depressa. Ao menos espera por mim no fim do horizonte. Já admiraste como está bonito o céu? Como o Sol nos acompanha? E o verde da Primavera? Ontem à noite enquanto adormecias maravilhei-me com as estrelas. Fechei os olhos e senti-me tão pequeno (de novo). Mas, quando adormeci tive um pesadelo: não sei se foste tu que te tinhas perdido de mim, se teria sido eu. Um de nós correra muito depressa, maravilhado com tudo o que encontrava pelo caminho, quando parou e se deitou num lindo prado verde e olhou para trás – estava só.
Desculpa, estou muito cansado desta caminhada. Deixei uns metros atrás a nossa mochila. Devia ter gritado bem alto: - ajuda-me, não consigo! Mas não o fiz. Não sabia se irias ouvir. Achei que aguentaria, desculpa. Eu acho sempre que aguento e quando grito – pelo socorro – já passaste o horizonte e não me ouves. Sei que não é de propósito.
-Podes esperar por mim, peço-te?
Já só levo comigo o teu colo. Já só me resta um saco de abraços e mimos. Espero que ainda precises deles. Senão precisares, não olhes para trás, acelera o passo e corre pelo teu caminho.