quarta-feira, junho 12

No fundo do Lago

Ao fundo do lago, esconde-se um luar tímido. Uma ondulação mágica, afaga a água, gerando um sem número de imagens distorcidas da lua e da minha silhueta. Muito lentamente, como num mimo, sinto o toque da água nos meus pés, num vai vem sem fim.

Nunca se está só quando contemplamos a lua, nunca. A sua luz é única e no meio do escuro, é a única que ainda traz algum brilho ao nosso olhar.

Enquanto as pequenas ondas me tocam, mil pensamentos passam, numa curta-metragem “muda” e sem fim.

As imagens sucedem-se, ao ritmo das pequenas ondas, uma por uma, revivo as pessoas que me tocaram no meu coração. Mesmo só, naquele momento, consigo sentir o calor de cada uma das lembranças (de cada uma das pessoas). Cada um dos bons momentos que vivi, adormecem o arrepio provocado pelo choque gélido de cada onda que chega e vai. O meu desejo afinal, é esconder a solidão do meu tempo, procurando na luz do luar, um rumo para o que ainda há para fazer (sonhar).

A culpa é minha, a culpa é tua porque sempre que me perco, dou por mim junto ao lago.