quarta-feira, junho 29

Solidão (procurada)

Estou sentado numa cadeira, sentindo o aroma a verão que entra por uma velha janela. Um cigarro aceso faz-me perder por breves instantes a vista do horizonte. Contemplo-o com admiração mas com serenidade. Desde miúdo que me imagino em mil aventuras nos vales e nas pequenas estradas que cortam o verde. Esta serenidade faz-me bem. Continuo a gostar de viver no extremo, ou a correr por algo ou calmo e contemplativo. Sei que há quem tema a solidão, mas eu tenho momentos em que a venero. É maravilhoso ter tempo para juntar o que está disperso no nosso pensamento e fazer desse caos, algo que nos traga paz interior. Nem sempre o consigo, mas procuro essa serenidade. Mesmo numa simples viagem de metro, consigo num acto egoísta desligar-me e dedicar-me ao meu mundo.
Esta solidão é tão rica quando estou bem, mas tão dorida quando me sinto perdido.