sexta-feira, fevereiro 13

Balancé

É a tua vez: balança.
Levanta-me suavemente,
deixa-me acreditar que toco no céu azul.
Enquanto,
cruzo o meu olhar com o teu,
Enquanto balanço.
A tua força puxa-me.
O teu sorriso encanta-me.
Continua,
não pares.
Encontrei-te,
Encontrei o nosso baloiço.
Imploro-te: não o largues.
Se eu ficar tonto:
agarra-te ainda com mais força.
Está quase a chegar a minha vez:
quero ver-te bem alto.
Quero-te.

quarta-feira, fevereiro 11

Desejo

Toca-me. Aperta-me a mão. Espera, preciso ainda (mais) do teu aconchego: abraça-me com toda a força que tiveres.
Aperta-me o suficiente para me asfixiares: sim, quero desmaiar nos teus braços; preciso dum momento de silêncio – onde até a dor desfalece; quero ficar com a tua imagem – como a última.
Aperta-me contra o teu corpo. Hoje não procuro o teu sexo, preciso apenas do alimento do teu abraço. Porque esperas?
Peço-te, com mais força: abraça-me, aperta-me (forte) o meu peito. Não temas. Peço-te.

terça-feira, fevereiro 10

Vento de Norte

Ainda não me esqueci de estar só.
Não te vislumbro (na minha sombra).
Ainda não tenho saudades do calor humano.
Peço-te,
não compres o meu filme de solidão interior.

Ainda não me esqueci de estar só.
Não me sinto: desconheço outro respirar.
Ainda vivo só com o meu vulto.
Peço-te,
quando eu passar, sente o (meu) vento.