quinta-feira, abril 27

Anfetamina Sombreada

Acelerando na cidade,
em zig-zag mortificante,
corro e fujo,
não sei bem porquê.
A corrida mal começa,
numa perspectiva cavaleira,
numa ilusão de óptica.
Sempre célere,
sempre espantosa,
sempre minha.
Só minha e única sombra.

Hirudoid

Penas e dores
que me fazem arder a alma,
escondem negruras,
feridas dilaceradas e gretadas.
São minhas e ninguem as quer,
são do meu viver,
são do meu querer,
são do meu ser.
São as minhas pisaduras.

Xanax

Neurótica e profana neurose,
que não sai da minha cabeça,
que a transforma numa prensa.
Dói e dói esta minha neurose.
Distrai as minhas paranóias,
tal como um doce veludo,
amacia as minhas noias.
Mas é doentia e profana
mexe comigo,
mexe com a minha alma.
Quero sair daqui..

Jabazulide

Ao virar da esquina
enquanto o sol estorrica,
afastando os invejosos
apereces tu ao fundo,
esguia e penetrante,
em volta pelo luar,
descarregando a ânsia,
aliviando a canicula.
num único olhar.