terça-feira, julho 4

Negativo teu

Deixo-te impressa e perpetuada num rolo resvaladiço que se esconde no interior escuro da minha camara. Não te quero prender, não me entendas mal - peço-te. Não te quero é à merce do Senhor do Escuro. Que o Ogre te perca de vista, se esqueça de procurar o que esculpi num negativo bom e siga a sua saga para longe.

Ouve: fazemos como o meu avô me ensinou – contaremos até 10 e se ele não aparecer estarás salva, estaremos salvos. Desculpa se o atraí. Sou eu que me escondo na noite. Sou eu que de vez enquanto me escondo nas árvores belas do dia, mas assustadoras quando o Sol se esvai. Se calhar ele entendeu que me faria mal se parasse de me perseguir e fosse a correr atrás de ti.

Cansado de negativos queimados com retratos do meu exilio interior. Preciso de ti: brilhante. Preciso de ver o sol a brilhar nos teus olhos. Foge, corre – larga o teu pensamento e fica livre. Se achares que deves: ampara a minha mão e leva-me numa corrida desenfreada pelos prados verdes acariciados pelo vento do Suão.
Acredita que eles existem – fecha os olhos, sente-os.