quarta-feira, junho 3

(Não) Libertar

Por momentos desliga os teus sentidos, peço-te:
liberta-te do chilrear dos pássaros que comungam nas árvores, como se de pessoas se tratassem;
não sintas o soprar do vento que arrasta (também) pensamentos – os bons e os maus;
não temas o correr do rio que vai mas nunca mais vem – como o sentimento por um amor perdido;
não te assustes com o chocar das ondas contra as rochas e que as enruga, como os anos fazem à minha alma;
não te deixes entorpecer pelo pôr-do-sol, onde também se vendem mentiras – a dois;

Liberta-te, solta o teu pensamento e ouve o teu coração.
Sente a breve brisa que conduz o meu beijo ou o aperto no teu coração que transporta o meu abraço.