domingo, maio 3

X

O dia acordou triste: chovia. Sabia que ias partir.
Os meus olhos não conseguiram esconder o que o coração sentia. A chuva caía: mil gotas atingiam a janela. O tempo passava: mil sensações de angústia tolhiam a minha alma. Procurei alimentar-me com o X – o nosso X. Não é primo, não é ímpar e não soa bonito mas é nosso. Resistiu, não cedeu, afugentou os medos, correu, sentiu, cresceu – mesmo quando a tormenta era tão forte, que com a ajuda da distância pareciam querer deitar tudo a baixo.
Nem os trilhos cruzados e descruzados que levam tudo e todos – duma forma fria e crua foram capazes de o impedir.
Duma aparente ilusão (inicial) e depois de alguns passos de medo, o sol parece espreitar. Acredita! Uma bonita floresta já não é somente uma pintura do horizonte. Sente: como o verde é tão bonito que contagia. E o azul do céu que parece ofuscar? Para, olha, dá-me a mão – olha à tua volta! Lentamente, a tristeza irá passar por um peneira que deixa (para trás) tudo o que não importa (mais).
Abraça-me.
Aperta a minha mão: já podes (agora) abrir os teus olhos!