terça-feira, abril 14

Suspiro

Uma cama desfeita – vazia -serve de amparo a uma pequena mesinha de cabeceira.
Um lençol enrodilhado esconde-se no meio de um cobertor.
Um travesseiro frio, ainda, guarda a forma do meu rosto.
Um candeeiro apagado vive (só) com o meu toque.
Um cigarro ainda arde agastado com o sabor dos meus lábios.
Uma sombra passada e perdida aparece no escuro (do pensamento).
Uma lágrima perdida solta o seu trago salgado.
Um sofá serve de pouso para um corpo – o meu corpo.
Uma imagem de ti – ilumina o meu pensamento.
Um suspiro meu – viaja na tua direcção.