quarta-feira, novembro 5

Bom dia, amor

A manhã nasce, mesmo quando não quero. Já sinto a luz a violentar-me; o meu olhar estremunhado perde-se no vazio.
Ainda vivo dos sonhos que tive, dos bons e dos maus. Sinto-me entorpecido e gélido, como quem mergulhou (em sonho) no Tejo regelado. Meia volta, ainda na cama para procurar a tua mão - não estás: não sinto o teu cheiro, não sinto o teu toque. O frio e pensamento magoam-me a alma.
Não consigo parar de sentir saudades do que não te disse, do que não vivemos, de te ter dito poucas vezes amo-te, de te ter abraçado menos do que devia, de não te ter beijado mais apaixonadamente, de te largar (sem querer) durante o nosso (último) sono juntos, de deixar a distância nos separar, de permitir que a P.J. termine a nossa musica, de te ter soltado a tua mão da última vez ..
O telemóvel toca e rompe com o meu silêncio e pensamento, mas, no segundo seguinte jaz no chão e adormece (de vez?). Por favor usa telepatia, como tens feito, para me enviares o esperado: bom dia, amor.