segunda-feira, outubro 13

Sex(t)o Sentido

Lá fora cai a chuva, cai a noite. Uma janela mal permite olhar para a rua, tal é a nossa transpiração. Corpos entrelaçados e adunados, sentem-se, vibram como um só.
Olhos fechados, pensamento solto e egoísta, em sentidos empedrados pelo momento.
Os lábios tocam-se, o meu peito toca o teu, a minha mão esquerda abraça a tua. Sinto forte a batida do teu coração, numa batida harmónica - acompanha o meu.
Um abraço forte e estou a teu lado prostrado; admiro o teu olhar de êxtase. Os teus olhos não mentem, mas também não são decifráveis: misturas um ar terno, com algo sofrido e misterioso.
Dou por mim a contemplar o teu tecto branco, deixando os meus pensamentos soltos. Dou-te tréguas: paro por momento de te olhar profundamente.
Afasto os pensamentos do que já fui, do que já vivi, do que já sofri e peço-te, de forma terna, ao ouvido para fazeres o mesmo. Não quero, não posso deixar que o passado tolha o nosso dia, a nossa vida.
Trocamos timidamente alguns mimos e solta-se o verbo: amo-te.