quinta-feira, setembro 25

Cinzas

Um cinzeiro jaz, só.
Bem perto:
há cinza espalhada

como pesadelos soltos, em mim.
Beatas flutuam
como as amantes moribundas

que me abraçam,
como os sem abrigo de espírito
que me governam,

como os desempregados loucos
que sós padecem.
No teu, meu mundo.

Do teu muro (interior)
estica o braco
e salva o meu coração.

Do teu castelo d'ourado
estica o braço
e salva um maldito.

Espero ouvir: amo-te.
Dá-me um abraço e,
rasga esta folha.