segunda-feira, outubro 15

Circulo (in)finito


A porta da masmorra abre-se, sem sequer precisar do meu toque. É uma forma de "Abre-te Sésamo" numa história qualquer que contamos às crianças, enquanto estas lutam até ao fim contra o sono.
Estou pronto para uma viagem num labirinto (des)encantado.
As luzes que brilham insistem em ofuscar o meu olhar, em entorpecer o meu pensamento e a encandear a luz que resiste na minha alma.
Caminho, passo a passo num corredor sem fim.
Há pessoas que tal como eu deambulam de e em todas as direções.
Sente-se ao longe, a troca de olhares de desespero, enquanto corpos obcecados chocam uns contra os outros, numa procura perpétua e numa fuga p’ra frente.
Escuto as conversas dos outros e os risos na forma dum ruído que ensurdece.
No meio da correria há casais que se beijam, crianças que não escondem caricias, gente que se magoa e pessoas que falam do seu infortúnio.
Há também quem deambule de forma solitária e perdida neste espaço que afinal é finito, pequeno e simples coma a vida de qualquer um de nós.