segunda-feira, setembro 21

Ou(tro)tono

Leva-me. Já sinto que a noite cai mais depressa. A brisa que me embalava parece que ganha força e cria o vento. O mar tenso de Agosto acumula raiva. As folhas começam a sua viagem – sem medo e sem destino previsível. O sol esconde-se e a luz do dia viaja em tons de cinza. A lua, a fiel e solitária lua é que continua: só mas atenta. O frio aparece – não foras tu e estaria gelado. Não foras tu e já nem sentiria o meu coração. Apaga luz. Sente-me e deixa-me sentir-te. A manhã não tarda. A noite chegará antes de ser desejada. Tudo num movimento perpétuo apenas adocicado pelo teu abraço e mimo. Deixa-me agarrar-te no Outono, não quero que te percas. Não deixarei que o vento te arranque de mim, te leve para parte incerta.