quarta-feira, julho 22

Noite de verão

Espreito pelas frinchas da janela. O som único das ondas ecoa como uma melodia. Ao fundo a Lua observa-me (discretamente). A brisa deliciosa de uma noite de verão aquece-me. Não resisto – abro a janela. No silêncio da noite, debruço-me para o mundo. Avisto bem perto o quebrar das ondas; num movimento delicado: as ondas tocam vezes sem conta em milhentos grãos de areia.
Estou só: solto e selvagem. A brisa embala os meus pensamentos; o luar ilumina a minha penumbra.
Não me sinto só, nunca me sentirei- foi a promessa que fiz enquanto criança de colo. Espreito ao fundo, pareço avistar uma silhueta que se mistura em mil formas com o abanar das árvores -não a reconheço: não, (ainda) não és tu meu amor, infelizmente. Desvio o olhar e mimo-te enquanto penso em ti.