sábado, janeiro 31

Escrevo, escreves?

Para e sente o som da minha escrita:
ouve o eco das palavras que solto e procura o seu trago no papel sofrido.
Porque escrevo?
Quero que me entendas, peço-te!
Escreve quem tem pouca esperança de viver o que lhe falta (ainda):
a alma, uma caneta e um papel num instante - chegam.
Escreve quem precisa de verter as lágrimas da alma:
sem pudor de o fazer.
Escreve quem não anseia ser lido, ser interpretado ou elogiado por sujar um papel:
com os seus escritos de sabor a fel.
Escreve quem vive no universo da sua imaginação:
porque a vida vivida sabe a pouco.
Escreve quem ama, quem perde – quem vive na agonia do pensamento.